Estou farta de falar aqui que adoro viajar [aliás quem não gosta, certo?] e que eu e o João caminhamos para um estilo de vida onde trabalhamos ao mesmo tempo que viajamos e conhecemos o mundo [se não sabes do que estou a falar, sim é possível viajar e ter uma carreira bem sucedida, vê aqui do que estou a falar], mas o que nunca contei foi como percebi que essa era a vida de sonho que queria para mim.

Tinha uns catorze ou quinze anos, quando uma professora do secundário nos diz que nesse dia, em vez de termos a aula normal íamos assistir a uma palestra de um escritor que estava na escola, ficamos logo todos contentes, porque obviamente não íamos apanhar uma seca na aula normal e íamos apenas assistir a uma palestra que nem precisávamos de estar com atenção, mal sabia eu que nesse dia ia mudar a minha maneira de pensar para sempre.

A palestra era com o Gonçalo Cadilhe, um viajante profissional, com vários livros publicados das suas viagens, ou seja, ele viajava pelo mundo inteiro, tirando fotos e escrevendo sobre as aventuras dele e ganhava a vida assim, não só com os livros dele mas também com artigos em jornais.

Mas espera lá, isso é possível?! Como assim viaja e ganha dinheiro a falar sobre isso?? Quem me dera, também quero fazer isto para o resto da minha vida!

Fiquei sem reacção e ao mesmo tempo fascinada com o estilo de vida dele. Estávamos em 2004 ou 2005 e nunca na vida imaginei que isto era sequer uma opção, sequer imaginava nos meus melhores sonhos que haviam pessoas pelo mundo a fazer isto.

No caso do Gonçalo ele viaja pelo mundo sozinho, com uma mochila às costas, usa o avião o menos que pode, ou seja viaja de autocarro, barco, a pé, sem grande coisa pré-programada e apenas vai à aventura descobrir o mundo, confesso que para mim é um pouco wild, mas é com certeza uma grande inspiração, aliás a minha primeira inspiração de um viajante.

Apesar de na altura ter saído da palestra e poucos dias depois já nem pensava naquilo, e continuei a minha vida normal, acabar o secundário, ir para a faculdade, procurar trabalho, mas a verdade é que aquele dia ficou marcado para sempre e de vez em quando lá pensava, ‘Bolas, quem me dera ser como o Gonçalo Cadilhe, já viste o que era viajar, tirar fotos das viagens, escrever sobre elas e ganhar dinheiro com isso? Que sonho!’

Que sonho realmente, mas hoje já não penso nesse sonho como algo longínquo e que vai ficar só por aí, hoje sei que um dia isso vai acabar por acontecer!

Pessoas que inspiram – Gonçalo Cadilhe

Pessoas que inspiram – Gonçalo Cadilhe

*as fotos não são da autoria do Meio Cheio.

Author

Fotógrafa e Criadora de conteúdo.

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